São Paulo, Brasil
O futebol é muito cruel.
O Athletico Paranaense estava surpreendendo o Flamengo, com Felipão individualizando a marcação nos jogadores de criação de Dorival Júnior.
Adiantando as linhas, tirando o oxigênio do favorito time carioca.
Com os velozes Vitinho e Vitor Roque criando problemas, expondo a lentidão, principalmente pelo lado esquerdo da defesa, com David Luiz e Filipe Luís.
A situação começou a mudar aos 19 minutos, quando Filipe Luís saiu contundido. Entra no seu lugar, o menos técnico, mas muito mais rápido e forte fisicamente, Ayrton Lucas.
Aos 27 minutos, a situação começava a ruir. Pedro Henrique fez uma falta afobada, evitável, em Gabigol. Tomou o justo cartão amarelo.
Vitor Bueno, surpresa de Felipão, anulava Thiago Maia, Hugo Moura tomava conta de Arrascaeta. Alex Santana acompanhava os passos de Everton Ribeiro. Pedro e Gabigol estavam isolados na frente.
O Athletico se mostrava mais confiante e o Flamengo, problemático.
Até que, aos 43 minutos, o lance capital.
Pedro Henrique deu um carrinho atrasado, violento, desnecessário, infantil, inacreditável. Atingiu em cheio Ayrton Lucas. Nem parecia que tinha 27 anos. O árbitro argentino Patricio Lousteau fez sua obrigação, mostrou o cartão vermelho.
Expulsão mais do que justa.
Athletico com um a menos.
Desnorteados, os jogadores de Felipão não sabiam o que fazer.
O treinador recuou Fernadinho como zagueiro.
E acabou com a marcação indivualizada.
O castigo veio muito rápido pela irresponsabilidade de Pedro Henrique.
Everton Ribeiro, livre de Alex Santana, tabelou com Rodinei. E, com muito talento, deu assistência por trás da zaga.
A estrela de Gabigol brilhou.
Entrou convicto para empurrar a bola para o fundo do gol athleticano, aos 48 minutos.
Era o quarto gol de Gabigol em três finais de Libertadores.
Números sensacionais.
A partir daí, o jogo mudou.
O elenco bilionário e experiente, passou a trocar passes, dominar a posse de bola, ocupar os espaços. Sabia como explorar a vantagem oferecida pelo afoito zagueiro de Felipão. Ter um jogador a mais, no futebol moderno, com uma equipe consciente, bem treinada, como é o Flamengo de Dorival Júnior, é vantagem grande demais.
No segundo tempo, o Flamengo seguiu trocando bola, movimentando seu time, que já é muito melhor do que o do Athletico. Felipão se viu encurralado. Manteve o 4-4-1, sabia que não poderia atacar, para não acabar a esperança logo nos primeiros minutos da etapa final.
Tratou de segurar a desvantagem mínima.
Só a partir dos 30 minutos, Felipão partiu para o 'tudo ou nada', adiantando de vez as suas linhas. A luta era para tentar a façanha do empate.
Mas a falta de recursos técnicos, de repertório estava mais do que evidente.
O Flamengo não sofreu para segurar o 1 a 0, que garantia o tricampeonato invicto.
Foi feita justiça em Guayaquil.
A Libertadores de 2022 ficou com o melhor time, o melhor elenco.
Que encontrou em Dorival Júnior, o treinador simples, objetivo, que precisava.
E Felipão merece todas as homenagens.
A 11 dias de completar 74 anos, levou o Athletico à final da Libertadores.
A dúvida é se irá se aposentar ou não.
Mas o que fez pelo time paranaense foi sensacional...
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