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Monday, September 6, 2021

Diretor da Anvisa vê má-fé, desrespeito e abuso no comportamento da seleção argentina - Jornal O Globo

BRASÍLIA - O diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Alex Machado Campos avaliou que houve má-fé, desrespeito e abuso por parte da delegação da seleção argentina, que descumpriu normas sanitárias brasileiras, levando à interrupção do jogo contra o Brasil pelas eliminatórias da Copa do Mundo. Segundo ele, também houve "carteirada" dentro do estádio para dificultar a atuação de servidores da Anvisa.

Pelas regras sanitárias brasileiras, viajantes estrangeiros que tenham passado nos últimos 14 dias pelo Reino Unido, África do Sul e Índia estão impedidos de ingressar no Brasil, como forma de evitar a disseminação da variante delta do coronavírus. Quatro jogadores argentinos prestaram informações falsas para não serem barrados. Outro agravante é que, no sábado, mesmo avisados sobre a quarentena no hotel, os jogadores saíram para treinar.

Alex disse não ter muitas informações sobre a carteirada dentro do estádio, mas contou que Yunes Eiras Baptista, o servidor da Anvisa que estava lá, relatou muitas dificuldades para conseguir cumprir sua tarefa, como por exemplo o vestiário fechado e informações desencontradas que protelaram a ação. Assim, o servidor tomou a decisão de ir até a beira do campo para falar com o juiz, porque as ações que tentou antes não estavam resolvendo.

— Na minha opinião, houve deliberada má-fé, e depois uma reiteração de desrespeito não só à agência, mas às autoridades sanitárias do país, à Secretaria de Saúde de São Paulo, que atuou em conjunto com a Anvisa. Eles deliberadamente resolveram não cumprir a quarentena — disse o diretor da Anvisa.

Alex disse que não participou da reunião ocorrida no sábado que contou com representantes da Conmebol, da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), da delegação argentina, do Ministério da Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo e da própria Anvisa. Mas foi relatado a ele que, no encontro, alguém disse que estavam tentando encontrar uma solução que permitisse o jogo. Na avaliação de Alex, um jogo entre o Bahia e Independiente em maio, pela Copa Sul-Americana, mesmo com jogadores argentinos tendo testado positivo para Covid-19, estimulou a seleção da Argentina a acreditar que não teria problema para jogar agora.

— Na reunião, eles tentariam obter uma excepcionalidade para contornar essa situação. Na reunião, a Anvisa firmou posição, disse: para a Anvisa, isso não muda nada, vamos buscar a Polícia Federal. Eles estavam já garantidos e confortáveis com o jogo que ocorreu em maio, em que nada aconteceu. O jogo ocorreu e depois eles pagam a multa. Eles achavam que iam resolver — disse o diretor da Anvisa, acrescentando:

— Eles fizeram esse tipo de pressão para ver se a decisão se convertia numa flexibilização. Para a gente, isso é indiferente. O importante é que tivessem cumprido as normas sanitárias. E não cumpriram. Não dá para ser assim.

Ele destacou que a agência tentou resolver a situação antes do começo do jogo, com o objetivo apenas de retirar os quatro jogadores que prestaram informações falsas. A decisão de não permanecer em campo foi da seleção argentina, levando à suspensão da partida.

— O cara mentiu. Depois vai para a quarentena, não vai. Fica no discurso de que vai conseguir uma excepcionalidade. Vai até o jogo, peitando, desafiando, desrespeitando, e escala os jogadores. É um abuso o que aconteceu. Infelizmente culminou com o fim do jogo, que não era o que queria a Anvisa. A Anvisa queria apenas segregar os quatro jogadores.

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