O Botafogo não aproveitou o jogo a menos que tinha em relação ao Palmeiras ao só empatar contra o Fortaleza. Com isso, não reassumiu a liderança e viu as chances de o título ficar com o Alviverde paulista subirem de 44,30% para 45,93%. Uma leve subida, mas bastante significativa, já que a equipe de Abel Ferreira depende apenas dos próprios resultados para comemorar mais um título do Campeonato Brasileiro. O Alvinegro carioca está com 28,8% de possibilidades de ser campeão.
Todos os gols de Fortaleza x Botafogo
Ao contrário do Botafogo, o Flamengo aproveitou o jogo atrasado para vencer o Bragantino, passar o rival do interior paulista, Grêmio e Atlético-MG na classificação geral e subir suas chances de título de 6,07% para 11,69%, colocando-se como a equipe que corre por fora na disputa pela taça do Brasileirão.
O Bragantino, por sua vez, foi para o jogo do Maracanã com 15,23% de possibilidades de título e saiu com 6,29% em quinto lugar. No fim de semana, o Massa Bruta vai precisar se recuperar novamente fora de casa, já que encara o Internacional no Beira-Rio.
Importante entender que as chances do Bragantino são maiores que as de Grêmio(5,71%) e Atlético-MG (1,50%) pelos adversários que cada um vai enfrentar. O Massa Bruta é o único que vai pegar uma equipe já rebaixada e em casa: o Coritiba. O Coxa ainda não está matematicamente na Série B, mas, pelas projeções do Espião Estatístico, não consegue mais se salvar.
Chances de título no Brasileirão
Após a 34ª rodada | Título |
Palmeiras | 45,93% |
Botafogo | 28,88% |
Flamengo | 11,69% |
Bragantino | 6,29% |
Grêmio | 5,71% |
Atlético-MG | 1,50% |
Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos todas as finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 4.139 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013, que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes no ataque e na defesa a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente. Os dados ajudam a calcular as chances de cada equipe vencer os jogos restantes, fazendo 10 mil simulações para cada partida a ser disputada, o que resulta nos percentuais do quadro abaixo. A metodologia empregada está explicada no final do texto.
Chances de permanecer na Série A
Após as cinco partidas adiadas serem realizadas, e todos os 20 times do Brasileirão estarem com 34 jogos, o Bahia não entrou em campo, foi para o Z-4 e viu suas chances de permanência na Série A diminuírem. Ao fim da 34ª rodada, antes da Data Fifa, as possibilidades de o Tricolor baiano seguir na elite estavam em 50,54% e agora foram para 43,38%.
O grande problema para os baianos foi que Cruzeiro e Vasco, seus adversários diretos na luta pela permanência, pontuaram e melhoraram suas perspectivas de seguir na Série A em 2024. A Raposa fez 4 pontos e os cruz-maltinos marcaram mais um pontinho na tabela. Agora, os mineiros estão com 83,50% de chances de permanência, e os cariocas estão com 88, 52%.
Chances de permanecer na Série A
Após a 34ª rodada | Permanência |
Cuiabá | 99,99% |
São Paulo | 99,92% |
Fortaleza | 99,33% |
Corinthians | 96,32% |
Internacional | 94,76% |
Santos | 90,19% |
Vasco | 88,52% |
Cruzeiro | 83,50% |
Bahia | 43,38% |
Goiás | 4,09% |
Coritiba | 0% |
América-MG (rebaixado) | 0% |
Chances de Libertadores
O fato novo nas possibilidades de classificação para a principal competição sul-americana foi a saída do Fortaleza desta disputa. O Tricolor cearense tinha dois jogos a menos para cumprir antes da 35ª rodada e só conseguiu um ponto. Com isso, suas chances de ficar no G-6 foram de 0,86% para 0%.
Chances de ir para a Libertadores
Após a 34ª rodada | G-4 | G-6 |
Palmeiras | 95,90% | 100% |
Botafogo | 89,84% | 99,94% |
Flamengo | 72,06% | 99,65% |
Bragantino | 59,08% | 98,59% |
Grêmio | 51,24% | 98,29% |
Atlético-MG | 31,72% | 95,29% |
Athletico-PR | 0,14% | 5,02% |
Fluminense* | 0,02% | 3,14% |
Cuiabá | 0% | 0,06% |
São Paulo* | 0% | 0,02% |
Metodologia
Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de "Gols Esperados" ou "Expectativa de Gols" (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência as finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 4.124 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013.
As variáveis consideradas no modelo são: (1) a distância e o ângulo da finalização em relação ao gol; (2) se a finalização foi feita cara a cara com o goleiro; (3) se foi feita sem a presença do goleiro; (4) a parte do corpo utilizada para concluir; (5) se a finalização foi feita de primeira, ajeitada ou carregada; se o chute foi feito com a perna boa ou ruim do jogador; (6) a origem do lance (pênalti, escanteio, cruzamento, falta direta, roubada de bola, lateral etc); (7) se a assistência foi feita de dentro da área; (8) a posição em que o atleta joga; (9) indicadores de força do chute; (10) o valor de mercado das equipes em cada temporada a partir de dados do site Transfermarkt (como proxy de qualidade do elenco); (11) o tempo de jogo; (12) a idade do jogador; (13) a altura do goleiro em jogadas originadas de bolas aéreas; (14) a diferença no placar no momento de cada finalização.
De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo. Essa variação indica as chances de os times vencerem cada adversário e, a partir daí, é calculada a chance de os clubes terminarem o campeonato em cada posição.
O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.
*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Gabriel Leonan, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, Valmir Storti e Victor Gama.
Chances do Palmeiras campeão sobem para 46%; veja também possibilidades de permanência e Libertadores - Globo.com
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