Uma classificação que soa como uma trégua, mas que está longe de resolver os problemas do Flamengo. A vitória por 1 a 0 sobre o Grêmio na noite de quarta-feira, no Maracanã, que garantiu a segunda final de Copa do Brasil consecutiva, teve mais contornos de alívio do que de euforia para um time que ainda deixa muito a desejar ao seu torcedor.
Flamengo 1 x 0 Grêmio - Melhores momentos - Semifinal da Copa do Brasil 2023
Por mais que Jorge Sampaoli tenha buscado alternativas táticas que se aproximassem dos melhores momentos dessa geração, o que se viu diante dos gremistas esteve longe até mesmo da boa atuação na partida de Porto Alegre. Oscilante e refém de espasmos de criatividade, o Flamengo flertou com o drama, mas o gol salvador de Arrascaeta deu vinte minutos de tranquilidade para quem foi ao Maracanã.
Agora, elenco e treinador terão um mês até a final contra o São Paulo para buscar uma sinergia que precisa ir além da comemoração com abraços e tapas na careca.
Flamengo x Grêmio
- Posse de bola: 54% x 46%
- Passes trocados: 345 x 295
- Finalizações: 12 x 12
- Finalizações certas: 3 x 6
- Faltas cometidas: 16 x 18
- Escanteios: 6 x 6
Sampaoli apostou em um esquema que deixasse esse Flamengo mais confortável em campo. A distribuição das peças se assemelhava ao losango de Dorival Júnior e o time até começou pressionando.
Com recuperação rápida de bola e ações verticais, o time surpreendia o Grêmio na saída e logo criou uma boa chance para bela defesa de Gabriel Grando. Gabriel acionou Gerson, que cruzou no segundo pau para cabeçada de Bruno Henrique que o goleiro do gremista defendeu com os pés.
Flamengo está pela segunda vez consecutiva na final da Copa do Brasil — Foto: Pedro Martins / Foto FC
O domínio, por sua vez, não durou e o Grêmio foi quem passou a impor dificuldades aos rubro-negros na saída de bola. Fosse pela falta de ritmo de Pulgar, fosse pelo excesso de bolas longas de Léo Pereira, o Flamengo perdeu volume e passou a minimizar danos.
Se Filipe Luís e Varela fechavam bem os corredores, o Grêmio apelava para cruzamentos do bico da área bem defendidas pelos zagueiros. Quando triangulou por dentro, os gaúchos foram perigosos em chutes de Suarez e Bitelo de dentro da área para as defesas de Matheus Cunha.
Confira a coletiva do técnico Sampaoli após a classificação do Flamengo para a final da Copa do Brasil
Na reta final do primeiro tempo, o Flamengo voltou a se soltar, muito pela participação de seus volantes e sempre com tomadas de decisão rápidas e verticais. Assim, Victor Hugo protagonizou arrancada com cruzamento para Bruno Henrique e Gerson serviu Arrasca para chute perigoso.
O Flamengo flertou com o drama ao voltar para o segundo tempo moroso enquanto o Grêmio se mandava para o tudo ou nada. Sampaoli abriu mão do losango e apostou em um 4-4-2 tradicional que potencializou as ações de Victor Hugo, mas não tornou o time mais compacto.
Espaçado e com dificuldade na aproximação, o time muitas vezes se via sem opção de passe e com a obrigação a circular a bola tocando para trás. Matheus Cunha teve papel fundamental na saída de bola, mas, acima de tudo, para evitar que a situação se complicasse com grandes defesas.
Jogadores do Flamengo comemoram com Sampaoli gol de Arrascaeta contra o Grêmio — Foto: André Durão / ge
O chute de Suarez que explodiu no goleiro, aos sete, e a finalização na trave de Ferreirinha, aos 13, indicavam um cenário de pressão que chegou ao fim com o gol de pênalti de Arrascaeta pouco depois. O 3 a 0 no agregado baqueou o Grêmio e decretou o classificado para a final.
Com mais espaço, o Flamengo, enfim, controlou o jogo com a bola, mas a parada estava resolvida. O atual campeão lutará pelo bi, mas como muito a arrumar na casa.
Análise: Flamengo flerta com o drama, mas pênalti garante alívio e sobrevida em um 2023 complicado - Globo
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