É muito cedo para questionar se Max Verstappen será batido alguma vez em 2023? A sensação no Bahrein foi de vitória de uma Red Bull imbatível. Fernando Alonso levou a melhor sobre Ferrari e Mercedes para ir ao pódio
O que se esperava para o primeiro fim de semana da temporada 2023 do Mundial de Fórmula 1 era a Red Bull se impondo sobre a competição. Houve dúvidas após uma proximidade interessante se materializar na classificação do sábado, mas, no GP do Bahrein deste domingo (5), a magia taurina enfim foi sumonada como balançar de uma varinha de condão. Max Verstappen esmagou a concorrência, não deu qualquer chance. O atual bicampeão mundial terminou na frente e venceu pela 36ª vez na Fórmula 1.
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A vantagem foi tão impressionante, que Verstappen e Sergio Pérez tiveram um segundo stint maior que os rivais mesmo usando pneus macios contra médios. O carro simplesmente não desgasta pneus, sobretudo sem que haja sol banhando o asfalto.
A goleada moral da Red Bull só não foi maior porque Pérez passou boa parte da prova atrás de Charles Leclerc, depois de ser ultrapassado na largada. Precisou de quase dez giros de pneus macios contra duros para deixar o monegasco para trás. Leclerc se encaminhava para um fácil terceiro lugar quando, a 15 voltas do fim, viu o motor parar e teve de abandonar para o pior dos mundos da Ferrari.
Carlos Sainz herdou o terceiro posto do companheiro, mas, com desgaste forte dos pneus, avisou que teria dificuldades para segurar o ímpeto de um Fernando Alonso que foi grande personagem. Alonso ultrapassou de maneira ousada, como havia feito pouco antes após duelo de titãs contra Lewis Hamilton, tomou o terceiro lugar e foi ao pódio. A Aston Martin é mais que real!
Sainz fechou em quarto, após segurar Hamilton no fim, com Lance Stroll capaz de superar as lesões e George Russell para terminar no sexto lugar. Valtteri Bottas foi o melhor do resto com a Alfa Romeo, enquanto Pierre Gasly recuperou 11 posições para ser nono com a Alpine e Alexander Albon colocou a Williams nos pontos. Gasly ainda ficou com o ponto pela volta mais rápida.
A Fórmula 1 continua a temporada 2023 em duas semanas, direto de Jedá, com o GP da Arábia Saudita, entre os dias 17-19 de março.
Confira como foi o GP do Bahrein:
Chegou a hora! A primeira corrida da temporada da Fórmula 1 se aproximava banhada pelo luar da cidade As Sakhir, no pequeno Bahrein — segundo menor país da Ásia, maior apenas que a paradisíaca Maldivas e suas ilhas. Com temperatura na casa dos 25°C, maior que nos últimos dias, e a pista com pouco mais de 30°C, a largada estava marcada para as 18h locais [12h de Brasília, GMT-3].
Dos 20 pilotos, 19 decidiram largar com pneus macios. O único dissidente era Kevin Magnussen, 17º colocado, que escolheu partir logo com os duros. É bom lembrar que a Pirelli selecionou a gama mais dura de pneus para o GP do Bahrein e, por isso, tinha C1, C2 e C3. O que quer dizer que os macios dessa corrida funcionam como pneus duros caso a fabricante italiana decida, em outro fim de semana, lançar mão da gama mais aderente.
Antes da corrida, a Red Bull decidiu fazer ajustes nas unidades de força de ambos os carros, na busca de evitar os problemas que a afetaram no Bahrein há um ano. A Ferrari também se mexeu e trocou a bateria do carro de Charles Leclerc, que era o único entre os ponteiros que tinha um jogo de pneus macios novo para partir.
Max Verstappen partiu na dianteira e segurou a pole na largada, mas Charles Leclerc partiu com sangue nos olhos e mergulhou para cima de Sergio Pérez e tomou a segunda colocação. Chegou a tentar emparelhar com o líder, mas não teve grande sucesso. Atrás, Aston Martin e Mercedes se embolaram: Fernando Alonso e Lance Stroll se tocaram, com um impacto forte no pneu traseiro direito do bicampeão. Alonso deu sorte de não sofrer furo de pneu. Lewis Hamilton aproveitou e passou George Russell.
Com isso, Verstappen, Leclerc, Pérez, Carlos Sainz, Hamilton, Russell, Alonso, Valtteri Bottas, Stroll e Lando Norris formavam o top-10 após a primeira volta. Esteban Ocon caíra de nono para 11º, enquanto Nico Hülkenberg despencara de décimo para 14º. Logan Sargeant largara muito bem e pulara para a 13ª posição, enquanto Alexander Albon foi para 11º.
A repetição do toque entre as duas Aston Martin aconteceu num momento em que Alonso diminuiu um pouco a velocidade para tentar atacar Sainz por dentro, mas não contava com Stroll aparecendo por ali. No rádio, reclamou. “Ele não pode fazer isso”, disse. Apenas alguns dias atrás, Fernando dizia que Lance tinha condições de ser campeão mundial e comemorava a presença dele no Bahrein. Será que isso vai continuar?
Stroll, com carro muito melhor, rapidamente atacou e passou Bottas para tomar o oitavo posto de volta. Após a largada animada nas primeiras posições, as voltas iniciais não ofereciam tantas atrações assim. Logo com cinco giros, Verstappen abria mais de 3s. Mas Leclerc se mantinha sem grandes problemas na frente de Pérez, salvo uma travada de pneus.
No 14º lugar, Yuki Tsunoda informava sobre uma quebra no sidepod do lado esquerdo do carro. Outra questão vinha da Mercedes. Russell perguntou se Hamilton estava controlando o ritmo ou somente lento, e recebeu a resposta de que estava mesmo com dificuldades. Com isso, Alonso estava no jogo. Verstappen relatava algumas travadas na traseira do carro, mas estava em voo de cruzeiro.
E sobre os pit-stops. A Ferrari avisou Leclerc que estavam no plano A, já muito atrás de Verstappen. O primeiro a parar foi Pierre Gasly, que estava lá atrás, e foi colocar pneus duros. Norris e Tsunoda entraram depois, mas a McLaren tinha problemas ligados ao motor. Algo que chamava atenção para o resto da corrida.
Entre os primeiros colocados, Hamilton foi quem parou antes, na volta 13, e abriu a porta para Alonso se engraçar e partir para dentro de Russell. Após uma boa briga, com o inglês fazendo o possível para se defender, Fernando levou a melhor e tomou a sexta posição. Havia uma investigação, ainda, com relação a Esteban Ocon, por se posicionar no lugar errado na hora da largada.
Russell entrou nos boxes em seguida, com Verstappen vindo depois, bem como Leclerc, Sainz e Alonso, todos num espaço de duas voltas. Oscar Piastri, que fizera a primeira ultrapassagem de pista na F1 ao atacar Hülkenberg, parou nos boxes e também tinha problemas. A McLaren tentou trocar o volante, mas não funcionou. O carro morreu e não mais do pit-lane: abandono do estreante após somente 15 voltas.
A McLaren informou que Piastri tinha um problema elétrico que tinha de ser investigado, mas a pior notícia foi que Norris precisou entrar nos boxes novamente em seguida e ficar 11s por lá. Melancólica primeira corrida do ano no time inglês. E uma punição! Antes investigado, Ocon foi punido com 5s que tinha de cumprir no pit-stop.
Numa corrida bastante honesta, Bottas ultrapassou Russell e Alonso conforme os dois tomavam o lugar de volta na pista com pneus duros. Boas ultrapassagens, que não valeriam de grande coisa a longo prazo, porque o finlandês teve de ir aos boxes também, mas que fique registrado.
Pérez foi aos boxes na 18ª volta e encerrou a janela de paradas. Com tudo reestabelecido, Verstappen tinha 10s de frente para Leclerc, que mantinha o segundo posto e contava com quase 4s para Pérez. Sainz, Hamilton, Alonso, Russell, Bottas, Stroll e Albon formavam o top-10.
Uma vez mais, Stroll se viu atrás de Valtteri e teve de ultrapassar. Com a Aston Martin sobrando em relação a Alfa Romeo, engoliu e recuperou o oitavo lugar.
Importante o destaque: apenas a Red Bull, com Verstappen e Pérez, a Williams, com Albon e Sargeant, a McLaren, com Norris, escolheram pneus macios em vez de médios para o segundo stint.
Ocon parou e cumpriu a punição de maneira errada — e teve de entrar de novo, para trocar o bico! O único rival do francês era Norris, já que os dois ficaram muito para trás. Assim, a McLaren avisou a Lando no rádio: “Divirta-se um pouco com Esteban”. Era o que restava para ambos. Norris passou Ocon pouco depois, e Esteban ainda teve a punição aumentada para 10s. Desastre absoluto.
Pérez, de pneus macios, tentava se aproximar. Leclerc fazia o possível para segurar a vantagem com os pneus duros e travava tudo na tomada da curva 1. Fato é que a corrida ia chegando à volta 25 e Charles se defendia bem. A Ferrari avisava a Leclerc que o desgaste nos pneus duros era ainda menor do que o esperado.
Se a antiga equipe dele sofria muito, a nova tratava a corrida com certa tranquilidade. No rádio, a Aston Martin falou para Alonso que estava contente com o gerenciamento de pneus, ao que Fernando respondeu que o desgaste era maior que o esperado, então o pneu tinha de ser usado com inteligência.
Na 26ª das 57 voltas, enfim, Pérez fez valer os pneus macios, chegou em distância de abrir o DRS para cima de Leclerc e ultrapassou na tomada da curva um. As Red Bull voltavam a ocupar os dois primeiros lugares.
Preocupado com a situação da corrida Hamilton questionou se a Mercedes gostaria que ele aumentasse o ritmo do carro. A resposta foi que não, era melhor manter o controle dos pneus. Atrás dele, Alonso fazia o mesmo, afinal.
E foi na volta 27 que Gasly abriu a segunda janela de pit-stops com uma segunda parada para colocar pneus duros. Mas a Alpine… Ocon foi novamente colocado em sob investigação, agora por passar acima do limite de velocidade no pit-lane. Outra punição de 5s na sequência. Impressionante.
Enfim, em seguida, a Mercedes mandou Hamilton aumentar a velocidade. A próxima parada se aproximava, então era melhor ganhar vantagem com relação a Alonso. Na frente, Verstappen relatava desgaste grande no pneu dianteiro esquerdo.
No fim da volta 30, o heptacampeão foi convocado aos boxes e não entendeu. “Meus pneus estão bons, pessoal”, respondeu. A questão não era essa, contudo, mas a ameaça de undercut da Aston Martin. Assim, Hamilton entrou. A Aston não mandou Alonso entrar, mas Stroll. Russell foi apenas uma volta depois, o que permitiu que Lance pegasse o inglês de cara, saindo dos boxes. O undercut de Fernando foi evitado, mas a Mercedes acabou a mercê do outro carro verde. Sem aderência mecânica, Russell não teve como se defender, e Stroll tomou a sétima colocação.
Nas três voltas seguintes, as Ferrari também pararam. Apenas Verstappen, Pérez e Alonso, terceiro naquele momento, seguiam na pista com os pneus do segundo stint. Desta vez, Pérez foi chamado antes de Verstappen, no fim da 34, e colocou pneus duros. Alonso entrou quase junto. ‘Checo’ voltou em segundo, com 9s de vantagem para Charles; Fernando, em sexto, ainda atrás de Lewis.
Verstappen veio depois, colocou pneus duros e terminou de lavar a cara com o restante das equipes: andou mais tempo de pneus macios que os outros de duros. Que vantagem dos taurinos.
Só que o grande momento da corrida viria na sequência. Alonso saiu dos boxes pronto para atacar sem se preocupar muito com o desgaste de pneus no stint. Em duas voltas, colou em Hamilton e foi para cima. Passou na curva quatro, mas não se livrou da ameaça. A verdade é que a Mercedes não parecia ter carro para responder. Mas o piloto era Hamilton, e Hamilton gosta de responder. O heptacampeão manteve a pressão, recolocou o carro por dentro e viu Alonso espalhar e passar bem aberto na curva dez. Assim, 0 #44 mantinha a posição.
Durou pouco. Na volta seguinte, Alonso mergulhou na mesma curva quatro e fez valer o ótimo carro da Aston Martin para tomar, finalmente, o quinto lugar. Que logo viraria quarto lugar, porque Leclerc perdeu potência. “Não, não, pessoal. Não tenho potência”, avisou. O #16 teve de parar o carro fora da pista e encerrar o dia. VSC convocado, mas a Ferrari via o ano começar já com um golpe duro.
Após rápida intervenção do VSC, corrida retomada e Alonso para cima de Sainz. A Ferrari mandou o espanhol tentar defender a posição, mas a resposta não foi das mais animadores. “Se eu forçar esses pneus, talvez não chegue ao fim da corrida”, falou Carlos. Na volta seguinte, Alonso foi para dentro e até encarou resistência do compatriota, que evitou o movimento na curva quatro, com direito até a leve toque entre os dois. Alguns metros depois, contudo, não teve jeito: deu Alonso. “Tchau, tchau”, falou no rádio. A Aston Martin assumia a terceira colocação e namorava o pódio.
Ocon, que já reclamara da segunda punição, resolveu encaminhar o carro aos boxes e abandonar também. Que dia para ele! Quem também se deu mal foi De Vries, que ficou na pista durante o VSC e parou depois, perdendo todas as posições e caindo para o 14º lugar. Hülkenberg, logo atrás dele, recebia bandeira preta e branco de aviso por desrespeitar os limites da pista. A Haas fazia corrida bem ruim.
Depois de Alonso, agora era Hamilton quem se aproximava de Sainz e sonhava em tomar o quarto lugar nas últimas cinco voltas. Mas faltou força da Mercedes, e Sainz manteve o quarto lugar. Gasly tinha a melhor volta da corrida e aparecia na nona colocação, após largar em 20º. Bottas era o melhor do resto, em oitavo, com Albon levando a Williams aos pontos, em décimo.
Mas era isso para a corrida: Verstappen chegou à vitória #36 na carreira na F1: é difícil vislumbrar um cenário em que ele não alcance e supere as 41 vitórias de Ayrton Senna ainda neste ano para se tornar o quinto maior vencedor de corridas da história. Alain Prost tem 51 e está no alcance para 2023, dependendo de como a temporada se desenvolva. Pérez ficou no segundo posto, enquanto Alonso, na estreia pela Aston Martin, conseguiu um pódio.
F1 2023, GP do Bahrein, Sakhir, Final:
1 | M VERSTAPPEN | Red Bull Honda | 57 voltas |
2 | S PÉREZ | Red Bull Honda | +11.987 |
3 | F ALONSO | Aston Martin Mercedes | +38.637 |
4 | C SAINZ JR | Ferrari | +48.052 |
5 | L HAMILTON | Mercedes | +50.977 |
6 | L STROLL | Aston Martin Mercedes | +54.502 |
7 | G RUSSELL | Mercedes | +55.873 |
8 | V BOTTAS | Alfa Romeo Ferrari | +72.647 |
9 | P GASLY | Alpine | +73.753 |
10 | A ALBON | Williams Mercedes | +89.774 |
11 | Y TSUNODA | AlphaTauri Honda | +90.870 |
12 | G ZHOU | Alfa Romeo Ferrari | +1 volta |
13 | L SARGEANT | Williams Mercedes | +1 volta |
14 | N DE VRIES | AlphaTauri Honda | +1 volta |
15 | K MAGNUSSEN | Haas Ferrari | +1 volta |
16 | N HÜLKENBERG | Haas Ferrari | +1 volta |
17 | L NORRIS | McLaren Mercedes | +2 voltas |
E OCON | Alpine | ||
C LECLERC | Ferrari | ||
O PIASTRI | McLaren Mercedes |
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