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Tuesday, April 5, 2022

Único Simeone x Guardiola na Champions teve Pep 'internado' em casa e choro no Bayern após eliminação 'brutal' - ESPN - Tudo pelo esporte

Técnicos mais bem pagos do mundo duelam nesta terça-feira, quando Manchester City e Atlético de Madrid iniciam a disputa por vaga na semifinal da Liga dos Campeões da Europa


Pep Guardiola e Diego Simeone são dois dos grandes técnicos que o futebol moderno produziu em décadas - não à toa, são os mais bem pagos do mundo. Nesta terça-feira (5), a partir das 16h (de Brasília), no Etihad Stadium, eles iniciam o embate para ver quem avança à semifinal da Champions League.

Só que, muito antes de Manchester City e Atlético de Madrid serem sorteados para o confronto, Pep e Cholo fizeram um duelo épico no mata-mata da Champions em 2015/16. O time espanhol surpreendeu o mundo ao ser amassado pelo Bayern em dois jogos, mas garantir a vaga na final pelo número de gols fora de casa.

Na ocasião, o Atleti abriu a eliminatória com vitória em casa, no antigo Vicente Calderón, pelo placar de 1 a 0, gol marcado por Saúl Níguez logo a 11 minutos do primeiro tempo. O lance foi exaustivamente alertado por Guardiola aos jogadores do Bayern de Munique na preleção, mas não a ponto de evitar o ataque adversário.

Após sofrer o gol, o time de Munique passou a jogar mais e parou em atuação inspirada de Oblak, que segue no gol do Atlético de Madrid até hoje. David Alaba, hoje zagueiro do Real Madrid, chegou a disparar uma pancada na trave, no lance de maior perigo dos alemães na partida.

O segundo jogo seria na Allianz Arena, em Munique, e pedia de Guardiola uma preparação diferenciada. Pois o técnico a faz, como conta o jornalista Martí Perarnau, no livro "Pep Guardiola: a Evolução", traduzido pela editora Grande Área no Brasil.

"No domingo à tarde, após almoçar com David Trueba e outros amigos, Pep se fechou em casa e cumpriu seu desejo de revisar completamente o jogo de ida: procurava uma pequena fenda na muralha construída pelo Atlético. Queria encontrar uma pequena luz que iluminasse o caminho a ser seguido na Allianz Arena. (...) Perto das oito da noite, Pep acreditou ter encontrado o ponto fraco", relata o biógrafo.

O ponto fraco seria o espaço entre o zagueiro Giménez e o lateral Filipe Luís, normalmente coberto pelo meio-campista espanhol Koke. Na visão de Guardiola, o Bayern criaria superioridade numérica e abriria um buraco na defesa de Simeone se fosse capaz de tirar Koke da posição e infiltrar Thomas Müller por ali.

O plano foi revisado na segunda-feira, véspera do confronto, e colocado em prática no centro de treinamento do Bayern. Na partida, o Bayern mostrou-se muito superior, abriu o placar em cobrança de falta de Xabi Alonso e poderia ter feito logo 2 a 0 com Müller, mas o alemão perdeu um pênalti, defendido por Oblak.

A eliminatória seguia aberta até que, no segundo tempo, um contra-ataque bem ao estilo das equipes de Diego Simeone silenciou a torcida em Munique. Griezmann aproveitou seguidos erros de Alaba, apareceu frente a frente com Neuer e só deslocou o goleiro para empatar o jogo.

O Bayern ainda faria o 2 a 1, em cabeceio certeiro de Lewandowski quase embaixo do travessão, mas os gols pararam por aí. Neuer ainda deu uma injeção de ânimo no time ao defender um pênalti cobrado por Fernando Torres, só que a vaga na final ficou mesmo com o Atlético.

A derrota deixou marcas no time do Bayern. Como relata Perarnau, os jogadores pareciam não acreditar na eliminação. Xabi Alonso estava em estado de choque e chorou muito, enquanto Alaba parecia perdido e pasmo. Müller, culpando-se pelo pênalti desperdiçado, estava em silêncio profundo.

Os números só aumentavam a tristeza. Em dois jogos, o Bayern finalizou 53 vezes contra o gol de Oblak para conseguir marcar somente duas vezes em 180 minutos. Pela estatística de Expected Goals, ou seja, gols esperados a partir do número e da qualidade de chances criadas, os alemães venceriam com sobras o jogo de Munique: 4,24 gols esperados contra 1,4 do rival.

"Isso foi como o Barça contra o Chelsea, em 2012, mas ainda mais brutal", lamentou um inconsolável Guardiola na saída do estádio, ao lado de dois de seus auxiliares. Domènec Torrent, que mais tarde viria ao Brasil dirigir o Flamengo, só foi deixar a Allianz Arena às três horas da madrugada em busca de respostas que eram impossíveis de serem encontradas.

Seis anos depois, os técnicos voltam a duelar pela Champions League, agora com mandos invertidos. O time de Guardiola abrirá o confronto em casa, enquanto a equipe de Simeone terá a vantagem de decidir fora, conforme aponta o sorteio. Quem passar encara o vencedor de Real Madrid x Chelsea. E, também, apaga ou reacende a épica batalha de futebol de 2016.

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