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Wednesday, January 5, 2022

Palmeiras: "base não tem Copinha, mas tem duas Libertadores", diz diretor - UOL

Classificação e Jogos

Como todo palmeirense, João Paulo Sampaio, 45, diretor das categorias de base do Alviverde, já ouviu a canção provocativa que diz que o "Palmeiras não tem Copinha e não tem Mundial", em referência à Copa São Paulo de Juniores. E sempre que ela chega aos seus ouvidos, a resposta e o pensamento são os mesmos:

"A nossa base não tem Copinha, mas tem duas Libertadores", disse ele, em meio a gargalhadas, ao UOL Esporte.

O homem que lidera, desde 2015, o projeto que revolucionou as categorias menores no Palmeiras não esconde o orgulho que teve ao ver seus pupilos Patrick de Paula, Danilo, Wesley e Gabriel Menino em campo, em 27 de novembro, quando o Palmeiras conquistou seu terceiro título de Libertadores, o segundo seguido.

E é por isso que, provocações à parte, Sampaio encara com tranquilidade a Copa São Paulo, torneio no qual o Palmeiras estreia nesta quarta (5), às 15h15, contra o Assu-RN.

"[Jogar a Copinha] É bem tranquilo, não tem desespero para ganhar. Sei da ansiedade da torcida, mas ganhar torneios para a base do Palmeiras é e sempre foi consequência. Sei que há o peso da tradição, de ser um título que o clube não conquistou. Mas hoje, a gente está em um outro nível. Se ganhar, a gente festeja. Mas isso vai ser consequência de um trabalho", reafirma.

Nem sempre foi assim

Desde 2015, quando a reformulação da base começou, o Palmeiras conquistou mais de 100 títulos somadas todas as categorias, incluindo o bicampeonato Mundial Sub-17 (2018-2019), Copa do Brasil (2019) e Campeonato Brasileiro (2018) Sub-20 e o inédito pentacampeonato Paulista Sub-20 (2017 a 2021).

Ex-jogador do Vitória-BA, o baiano se lembra de quando as categorias de base do Palestra eram quase motivo de piada. "Quando a gente via que caía no grupo do Palmeiras em um torneio de base, a gente comemorava, porque era um adversário a menos", relembra-se o diretor alviverde.

Essa história passou por alguma melhora em meados dos anos 2000, com a geração de Edmilson, Vágner Love, Alceu e do Diego Souza formado no clube, não o que hoje joga no Grêmio. Mas a chave virou de vez a partir de 2014, no segundo ano de Paulo Nobre na presidência do clube.

Em 2015, João Paulo, o diretor do futebol profissional Alexandre Mattos e o gerente Cícero Souza chegavam ao Palmeiras com uma missão.

"O Paulo queria que o Palmeiras voltasse a ser respeitado no profissional, e que a base começasse ali a ser preparada para dar a sustentação no futuro", conta Sampaio. Contudo, demorou para que os garotos formados no clube realmente se estabelecessem entre os profissionais. Até por uma questão de filosofia de trabalho.

"O Palmeiras veio com times ruins em 2013 e 2014. Em 2013 joga a Série B. Em 2014, quase cai de novo. Então, não era hora de colocar os garotos, era hora de contratar, mudar tudo", conta ele.

E assim foi. Mattos fez muitas contratações anualmente entre 2015 e 2019, seu último ano no clube. Ao fim daquela temporada, minutos antes de ser demitido, Mattos informou que o Palmeiras iria promover Gabriel Menino, Patrick de Paula e Gabriel Veron para os profissionais, no embalo de uma derrota para o Flamengo no Allianz Parque por 3 a 1, que também custou o cargo do técnico Mano Menezes.

"O anúncio foi feito ali, mas já estava planejado. O ano seguinte [2020] já ia ser o ano de aproveitar os garotos", conta Sampaio.

Aconteceu na hora certa

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Danilo, jogador do Palmeiras, comemora seu gol durante a partida contra o Juventude

Imagem: Ettore Chiereguini/Ettore Chiereguini/AGIF

Em entrevista ao UOL Esporte, em dezembro, o ex-presidente Mauricio Galiotte disse que seu maior erro no clube talvez tenha sido demorar para utilizar os garotos da base. Sampaio não necessariamente concorda.

"Em 2018, o Palmeiras conquista o Campeonato Brasileiro praticamente com os reservas, enquanto os titulares vão à semifinal da Libertadores. Era difícil mexer em um time naquela condição", acredita ele.

Por conta desse não-movimento, Fernando e Vitão, ambos no Shaktar Donetsk, e Luan Cândido, no Red Bull Bragantino, deixam o clube sem praticamente atuar pelo Palmeiras. A reportagem indagou se aquilo teria machucado Sampaio.

"Não, porque entendi que, naquele momento, a contribuição maior da base era poder ajudar o Palmeiras", disse. "Na hora que precisa, numa emergência, temos que estar prontos para auxiliar de modo natural. como numa crise de covid ou financeira. O importante é termos jogadores requisitados e preparados para cumprir o papel que couber melhor", disse.

"O importante é o jogador estar sempre pronto, em qualquer momento, não achar que vai ser no ano que vem, porque pode ter que ser amanhã", filosofa. Por conta disso, Sampaio também é duro com os garotos, quando acha necessário.

"Eu ficava e fico maluco quando eles treinavam contra o profissional e levavam três, quatro gols. O técnico do profissional, para pegar exemplos do passado, já conhecia o Zé Roberto, o Dudu, o Felipe Melo. Se o cara vai mal em um treino, ele já sabe como o jogador é, tudo bem. Mas para os garotos, aquela pode ser a chance, tem que jogar ao máximo", explica.

"Eu sempre falei uma frase, e até fizeram um boné para mim com ela: 'farinha pouca, meu pirão primeiro'. Sempre falei, que, dentro dos limites, se tivesse que dar uma entrada, comprar uma briga, peitar um profissional, era para fazer, porque é a hora", diz.

Foi numa situação dessas que Danilo encantou Vanderlei Luxemburgo, em 2020. "Acabou um jogo-treino, ele me chamou e perguntou: 'ele é tudo isso mesmo?', e eu disse na hora que era, que buscava jogo o tempo todo, que estava pronto", conta Sampaio sobre o titular absoluto do técnico Abel Ferreira.

Abel, aliás, tem trânsito livre com João Paulo Sampaio. "As portas estão abertas para ele e para o Victor Castanheira, que é o auxiliar do Abel que trabalha mais perto da gente", contou João Paulo.

Prodígios sub-15

e - Fabio Menotti/Palmeiras - Fabio Menotti/Palmeiras

Endrick, do Palmeiras, comemora gol pelo clube

Imagem: Fabio Menotti/Palmeiras

Dos jogadores que vão jogar a Copinha, 12 já foram titulares entre os profissionais do Palmeiras. E esse número só não é maior porque o regulamento do Campeonato Brasileiro não permitiu que Endrick e Luis Guilherme, atletas que eram do Sub-15 em 2021, entrassem em campo, já que a idade mínima no regulamento é 16.

"A gente sempre desafia os atletas. Quando eles tinham 14, em 2019, eu trouxe os dois para o sub-17. No ano passado, eu trouxe os dois para o Sub-20. Eles estão chegando porque têm qualidade, porque estão pedindo passagem", diz.

"Os números deles de criação de jogadas, chances, chutes e gols por tempo jogado são muito altos. Eles vêm se desenvolvendo muito em todos os aspectos", diz.

Com tantos jogadores surgindo cada vez melhores e mais fortes, as muitas conquistas que vieram nos últimos anos acabam quase sendo secundárias. E é por isso que importa menos saber se é neste ano, enfim, que o Palmeiras vai ganhar a Copinha, no fim das contas.

"O nosso sentimento, nosso desejo, é de continuar mantendo esse nível, entre os melhores, em termos de treinamento e resultado, em termos de jogadores convocados e reconhecimento do mercado internacional", diz João Paulo.

"O importante mesmo é a nossa fome, a fome dos garotos, continuar grande".

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