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Thursday, July 1, 2021

O ídolo do Flamengo que fez nascer o Cuiabá: da parceria com Renato Gaúcho a substituto de Batistuta no Boca - ESPN.com.br

Adversário do Flamengo pela oitava rodada do Brasileirão, nesta quinta-feira, o Cuiabá nasceu graças ao ex-centroavante Luís Carlos Tóffoli, o Gaúcho, grande ídolo do clube rubro-negro no começo dos anos 90. Falecido em 2016, teve uma carreira de sucesso em grandes clubes antes de se aventurar como cartola.

Nascido em Canoas-RS, Gaúcho se mudou aos dez anos para Goiânia e começou a carreira na base do Fla. Fez apenas dois jogos no profissional e passou por XV de Piracicaba, Grêmio, Verdy Kawasaki e Santo André, sendo destaque do Paulistão de 1987.

Em seguida, foi ao Palmeiras, no qual também se destacou no período da fila de títulos, com 31 gols em 79 jogos. O mais marcante deles foi contra o Flamengo pela Copa União de 88, quando o goleiro Zetti quebrou a perna em uma dividida com Bebeto no final do segundo tempo.

Como o time alviverde já havia feito todas as substituições permitidas na época, Gaúcho precisou ir para o gol. Ele levou o empate de Bebeto, mas na decisão por pênaltis – que valia um ponto extra – o atacante brilhou ao defender as cobranças de Aldair e Zinho.

"Foi uma noite inesquecível porque ele fez o gol dele de pênalti e ainda pegou o meu (risos) Para ele foi lindo!", disse Zinho, ao ESPN.com.br.

Após o Paulista de 1989, ele voltou ao Flamengo, onde virou grande ídolo da torcida. No clube da Gávea fez uma parceria de muito sucesso com Renato Gaúcho - dentro de campo e nas baladas do Rio de Janeiro. Os amigos venceram juntos a Copa do Brasil de 1990 pelo time rubro-negro ao derrotarem o Goiás na decisão.

“Eles tinham um entrosamento tão grande que um olhava e já sabia o que o outro queria. E não tinha aquela de ‘eu quero fazer o gol’. Quando um estava em melhor condição, dava a bola para o outro. Eles queriam era festejar”, lembra Inês Galvão, viúva de Gaúcho, ao ESPN.com.br.

O atacante era muito querido também pelos jogadores que haviam subido recentemente ao profissional.

"Ele era o líder da molecada que a gente chamava de 'Gaúcho Boys', que era Paulo Nunes, Djalminha, Rogério e Luiz Antônio. Ele adorava ir para a noite com essa galera toda. A gente ria muito!", afirmou Zinho.

Passagem pelo Boca

Em 1991, após ser artilheiro do Fla na Conmebol Libertadores, ele foi emprestado ao Boca Juniors somente para as finais do Campeonato Argentino. O time xeneize havia acabado de perder o artilheiro Gabriel Batistuta para a seleção argentina, que disputaria a Copa América.

No país vizinho, porém, Gaúcho não teve tempo para adaptar-se e não conseguiu fazer sucesso. Na estreia, em 6 de julho, ele jogou os 90 minutos na derrota por 1 a 0 fora de casa para o Newell's Old Boys do técnico Marcelo Bielsa.

Na partida de volta, no dia 9 do mesmo mês, o Boca devolveu o placar e levou a decisão para os pênaltis na Bombonera. Impacientes com a equipe, que vivia uma fila de 10 anos e tinha passado por uma grave crise financeira na década de 80, os torcedores vaiaram o brasileiro, que foi substituído aos 33 minutos do segundo tempo. Na disputa por pênaltis, o Newell´s sagrou-se campeão.

Retorno com glória

Poucos dias depois, Gaúcho teve uma volta triunfal ao Flamengo. Ele venceu o Carioca de 91 e depois foi peça fundamental para a conquista do Brasileiro no ano seguinte sobre o Botafogo do amigo Renato.

"No dia seguinte ao título a gente fez uma comemoração na minha casa porque ia ter um churrasco e uma peixada que a minha mãe ia fazer. O Júnior levou um grupo de pagode, e até o presidente Jorge Helal foi. O Gaúcho e os moleques desfilaram na Baixada Fluminense o dia todo com a taça em carro aberto, chegaram em casa 'mamados' e pularam na piscina (risos). Foi muito engraçado porque era uma alegria que só o Gaúcho tinha", contou Zinho.

Presença constante na mídia, atacante fazia muito sucesso com sua irreverência. Ele gostava de fazer comemorações engraçadas e andar pelas ruas do Rio de Janeiro com um luxuoso e tecnológico Mitsubishi zero quilômetro, batizado como “Mitsugirl”.

"Ele falava antes do jogo que ia fazer o gol asa delta. Daí, ele marcava no domingo e no dia seguinte ia pular de asa delta no Rio. São coisas que a gente não vê mais porque o futebol ficou mais robotizado e profissional", contou Zinho.

No total, ele disputou 198 jogos e marcou 98 gols pelo time da Gávea.

"Nós ficamos muito amigos e vencemos três títulos muito importantes. O pessoal daquela época é amigo até hoje. Temos um grupo de WhatsApp e sempre lembramos do Gaúcho. Era um cara alegre, feliz e descontraído", disse Zinho.

Em 1993, o atacante foi vendido para o Lecce, da Itália, mas ficou apenas seis meses. Gaúcho voltou ao Brasil no ano seguinte para jogar no Atlético-MG no time que ficou conhecido como “Selegalo”. A equipe com nomes famosos como Renato Gaúcho, Neto, Éder Aleixo, Luiz Carlos Winck e Adílson Batista perdeu o Mineiro para o Cruzeiro e foi desfeita no Brasileiro.

Gaúcho jogou em 95 no Fluminense, que perdeu a semifinal do Brasileiro para o Santos. O atacante ainda passou por Ponte Preta e Anápolis, antes de pendurar as chuteiras, em 1996.

"Um time de São Paulo queria contratá-lo e ele iria negociar, mas quando foi para Cuiabá passar um tempo resolveu aposentar-se e morarmos por lá", disse Inês.

Pai do Cuiabá

Apaixonado por pescaria nos rios de Mato Grosso, ele resolveu abrir uma escolinha de futebol em 2001 e depois montou o Cuiabá Esporte Cube, um clube-empresa. O ex-atacante escolheu o peixe dourado como mascote, que é um símbolo da região do Pantanal, e as cores verde e amarela. Além disso, ele teve participação na composição do hino oficial.

Ele permaneceu no projeto até 2006, quando vendeu o clube. Depois, ele foi treinador de Mixto e Luverdense (2011).

Após descobrir um câncer de próstata, ele voltou a morar no Rio de Janeiro no fim de 2014. Gaúcho faleceu em de 2016, aos 56 anos.

"Os torcedores do Flamengo ainda falam muito dele. Ele merece tudo isso porque foi um cara genial. É um carinho lindo, fico muito feliz. De vez em quando recebo mensagens, é o que mantém o Gaúcho vivo", finalizou Inês.

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